Entorse de tornozelo

Entorse de tornozelo

entorse de tornozelo é uma lesão ligamentar traumática que ocorre quando o tornozelo sai da posição habitual, alongando de forma anômala os ligamentos que contribuem para a estabilidade desta articulação. Esta é uma lesão traumática muito comum que ocorre tanto na prática desportiva quanto nas atividades do dia a dia.

Em mais de 85% destas situações o pé gira de modo que a sola aponta para o outro tornozelo (entorse em inversão). Nesta lesão, os ligamentos da face lateral do tornozelo (parte externa ou de fora) são acometidos em maior ou menor grau. Quando o pé roda para fora temos uma entorse em eversão e os ligamentos da face interna são acometidos.

O diagnóstico é clinico, sendo que dividimos as lesões em leve, moderado e grave.

  • Grau I (leve): alongamento do ligamento sem ruptura macroscópica, pouco edema ou sensibilidade, com perda mínima ou sem perda;
  • Grau II (moderado): ruptura parcial com frouxidão leve e dor moderada, edema, sensibilidade e instabilidade. Há alguma perda na mobilidade articular e;
  • Grau III (grave): ruptura completa, com edema considerável, dor forte.

Como vimos, o diagnóstico é clinico, mas as radiografias são importantes para excluir fratura associadas. O Ultrassom e, principalmente, a ressonância nuclear magnética, são exames complementares que servem para afastar outras lesões associadas.

O tratamento destas lesões em sua imensa maioria é conservador, ou seja, sem cirurgia. A cirurgia na nossa prática clínica acaba sendo uma exceção e serve para tratar algumas sequelas ou entorses agudas grau III em atletas (e isto nem é um consenso).

É importante salientar que de 10 até 30% destas lesões, dependendo da gravidade e quando não, ou maltratadas podem evoluir com algum grau de sequela (dor residual, frouxidão da articulação, rigidez, etc).

O tratamento conservador se baseia inicialmente na imobilização (gesso, botas de velcro, órteses, etc.) colocação de gelo (primeiras 24-48 h), elevação do membro e utilização de anti-inflamatórios. Assim que houver uma diminuição do edema (inchaço) prosseguimos com os exercícios para manter o movimento do tornozelo (amplitude de movimento), ganhar força e treinar o equilíbrio (propriocepção).

A taxa de sucesso com o tratamento conservador é alta e o retorno esportivo irá variar de paciente para paciente dependendo da recuperação do movimento da articulação, força e equilíbrio.

Em se tratando de uma lesão tão comum e relativamente incapacitante para o paciente, falar em prevenção é fundamental. Pessoas com peso adequado, bem condicionadas, a correção do gesto esportivo e o uso de órteses para a prática são importantes na prevenção deste evento.