Dor abdominal e atividade física

A dor abdominal durante ou após o exercício é uma condição relativamente comum na prática esportiva, e as causas são variadas, muitas vezes relacionadas à prática inadequada da atividade e / ou a falta de condicionamento físico.

A Ciência ainda não chegou a um consenso sobre a causa, mas trabalha com algumas hipóteses:

1 – Causas digestivas relacionadas à diminuição do aporte sanguíneo para o trato gastrointestinal, causando náuseas, vômitos e diarréia;
2 – Lesões musculares da própria parede abdominal (musculatura reto abdominal, transverso e oblíquos);
3 – Causas relacionadas do sistema urinário, como pedras nos rins, cuja origem é multifatorial, mas pode ser precipitada por condições de desidratação;
4 – Lesões na coluna lombar e torácica que podem ocasionar dor abdominal atípica;
5 – Dor de origem Diafragmática.

A dor de origem Diafragmática é uma das causas mais comuns de dor abdominal. O Diafragma é um músculo que separa o Tórax da cavidade abdominal. Constitui um músculo essencialmente ventilatório, participando do mecanismo ventilatório principal e acessório cujo funcionamento se dá por controle voluntário e automático.

A origem da dor Diafragmática estaria relacionada a espasmos musculares ligados a condições de isquemia (falta de oxigenação) ou estiramento da musculatura por impacto. Daí, conclui-se que as dores podem ser evitadas através de uma prescrição adequada de exercícios, considerando o perfil do indivíduo, biotipo e nível de aptidão física. Cuidados com a alimentação e hidratação pré, intra e pós treino também devem ser consideradas.

Lembrando que estas dores costumam ser autolimitadas e de baixa ou moderada intensidade. As dores importantes, que não cedem com a parada dos exercícios ou adoção das medidas descritas devem ser investigadas obrigatoriamente.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ARTRITE E ARTROSE?

Metatarsalgias

A metatarsalgia é uma condição caracterizada pela dor na região anterior, ou seja, da frente dos pés podendo estar relacionada a presença de calos e calosidades nesta região.

Sua origem pode ser primária, relacionada a conformação do pé do paciente (pacientes com o segundo e terceiro metatarsos mais longos) e ao uso inadequado de calçados com bico fino e salto alto, ou secundária de origem metabólica (gota, por exemplo), reumatológica (artrite reumatoide) ou pós-traumática (sequelas de fratura).

Imagem: Divulgação

A dor pode estar relacionada a lesões de partes moles, ósseas, articulares e periarticulares e o diagnóstico desta condição é clinico através da história e do exame físico, sendo auxiliado por métodos de imagem (radiografias, ultrassom e ressonância nuclear magnética).

O tratamento da metatarsalgia é direcionado para a causa de origem, mas acaba sendo conservador inicialmente, ou seja, sem cirurgias. Ele consiste na adaptação de calçados (sem salto, solado semirrígido e região anterior mais larga), fisioterapia (para diminuir dor e alongar as estruturas posteriores da perna, gerando menos sobrecarga na frente do pé durante a marcha) e utilização de palmilhas específicas.

Imagem: Divulgação


As metatarsalgias com causa secundária devem ter esta causa tratada inicialmente junto com as medidas descritas acima. A cirurgia nos casos de metatarsalgia estão reservadas para casos específicos ou na falha do tratamento conservador, quando o paciente permanece com dor a despeito de todo o tratamento não cirúrgico realizado. Felizmente, a grande maioria dos pacientes, responde bem aos métodos de tratamento não cirúrgicos.

Cirurgia Minimamente invasiva – MIS

Dr Fábio Luis Datti Roque

Percutânea

• Entende- se por cirurgia minimamente invasiva uma modalidade operatória onde as incisões cirúrgicas ( os cortes ) costumam ser bem menores que os da cirurgia convencional. Esta é uma prática realizada em todas as áreas da medicina, inclusive na ortopedia, em todas as suas especialidades e subespecificidades;

• Na Cirurgia de pé e tornozelo existem duas modalidades de cirurgia minimamente invasiva: a artroscopia e  a cirurgia percutânea. É justamente sobre a última que iremos comentar;

• A técnica percutânea é praticada há  30 anos principalmente em alguns países da Europa. Nela, os cortes realizados são mínimos, em torno de 2 a 3 mm  e, consequentemente, a agressão cirúrgica é muito menor;

• Para a realização da técnica, além do treinamento adequado, o cirurgião de pé e tornozelo  deve ter à disposição um material específico (lâminas especiais, brocas ou fresas, etc );

• A grande vantagem do método foi de possibilitar um pós operatório menos doloroso para o paciente, cortes menores e uma recuperação mais rápida quando comparada com os métodos tradicionais. Outra vantagem é que o paciente fica menos tempo internado no Hospital,  geralmente recebendo alta no mesmo dia;

• Trata-se de um método promissor indicado para várias doenças, principalmente para deformidades da região anterior do pé como o joanete, o bunionete, os calos e deformidades dos outros dedos menores.

Entorse de tornozelo

entorse de tornozelo é uma lesão ligamentar traumática que ocorre quando o tornozelo sai da posição habitual, alongando de forma anômala os ligamentos que contribuem para a estabilidade desta articulação. Esta é uma lesão traumática muito comum que ocorre tanto na prática desportiva quanto nas atividades do dia a dia.

Em mais de 85% destas situações o pé gira de modo que a sola aponta para o outro tornozelo (entorse em inversão). Nesta lesão, os ligamentos da face lateral do tornozelo (parte externa ou de fora) são acometidos em maior ou menor grau. Quando o pé roda para fora temos uma entorse em eversão e os ligamentos da face interna são acometidos.

O diagnóstico é clinico, sendo que dividimos as lesões em leve, moderado e grave.

  • Grau I (leve): alongamento do ligamento sem ruptura macroscópica, pouco edema ou sensibilidade, com perda mínima ou sem perda;
  • Grau II (moderado): ruptura parcial com frouxidão leve e dor moderada, edema, sensibilidade e instabilidade. Há alguma perda na mobilidade articular e;
  • Grau III (grave): ruptura completa, com edema considerável, dor forte.

Como vimos, o diagnóstico é clinico, mas as radiografias são importantes para excluir fratura associadas. O Ultrassom e, principalmente, a ressonância nuclear magnética, são exames complementares que servem para afastar outras lesões associadas.

O tratamento destas lesões em sua imensa maioria é conservador, ou seja, sem cirurgia. A cirurgia na nossa prática clínica acaba sendo uma exceção e serve para tratar algumas sequelas ou entorses agudas grau III em atletas (e isto nem é um consenso).

É importante salientar que de 10 até 30% destas lesões, dependendo da gravidade e quando não, ou maltratadas podem evoluir com algum grau de sequela (dor residual, frouxidão da articulação, rigidez, etc).

O tratamento conservador se baseia inicialmente na imobilização (gesso, botas de velcro, órteses, etc.) colocação de gelo (primeiras 24-48 h), elevação do membro e utilização de anti-inflamatórios. Assim que houver uma diminuição do edema (inchaço) prosseguimos com os exercícios para manter o movimento do tornozelo (amplitude de movimento), ganhar força e treinar o equilíbrio (propriocepção).

A taxa de sucesso com o tratamento conservador é alta e o retorno esportivo irá variar de paciente para paciente dependendo da recuperação do movimento da articulação, força e equilíbrio.

Em se tratando de uma lesão tão comum e relativamente incapacitante para o paciente, falar em prevenção é fundamental. Pessoas com peso adequado, bem condicionadas, a correção do gesto esportivo e o uso de órteses para a prática são importantes na prevenção deste evento.

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